Relacionamentos Evolutivos

Relações Evolutivas

A psicologia do desenvolvimento ou psicologia social, aponta que um dos segredos para manter os relacionamentos em evolução, fortes e vibrantes, permeados de compreensão e amor, é a responsividade emocional. A responsividade, segundo Sue Johnson, pesquisadora, psicóloga e escritora de Ottawa,  tem a ver com os aspectos de entender o que o outro está sentindo através dos pequenos sinais. “Você está aí para mim?”. Segundo Sue Johnson, trata-se de sincronia emocional, de estar conectado ao outro”.

Segundo a pesquisadora, o que torna um casal infeliz é quando eles têm uma desconexão emocional e não conseguem se sentir seguros com essa pessoa. O criticismo, a rejeição, o afastamento e o ficar na defensiva são atitudes extremamente estressantes, que o cérebro interpreta como um sinal de perigo.

Carrie Cole, do Gottman Institute do Texas, instituição que estuda os relacionamentos conjugais desde a década 70, afirma que o afastamento emocional se torna um risco quando o casal não realiza atividades que criam positividade. Segundo Carrie, quando isso acontece, as pessoas se sentem como se estivessem cada vez mais distantes até que um nem sequer conheça mais o outro.

Com base em suas pesquisas, a orientação fundamental do instituto é encorajar os casais a construírem rotinas com pequenos hábitos de contato que expressem o carinho de um pelo outro.

Manter um relacionamento evolutivo é um desafio para qualquer parceria, porém é possível. Relacionamentos saudáveis e harmoniosos são uma junção de dedicação e companheirismo.

Hoje temos metodologias que facilitam o fortalecimento dos laços através da criação de espaços para o diálogo empático, onde ambos podem expressar suas necessidades e evitando as críticas. Quando cada qual se conhece melhor, reconhece sua estrutura formativa (personalidade) e o momento em que está  vivendo, fica mais fácil construir laços fortes e vibrantes no relacionamento.

Márcia Lerina, pesquisadora e fundadora do Sistema T-Ser – Programas de Desenvolvimentos, São Paulo, há mais de 30 anos pesquisa a dinâmica dos relacionamentos nas organizações e diz que dois aspectos nos desafiam em nossa evolução: o primeiro se relaciona com o nosso propósito enquanto indivíduo neste mundo; o segundo, as nossas relações. Compreender os potenciais dos relacionamentos nos capacita para uma nova dimensão de possibilidades em nossos vínculos. Quando os casais compreendem essencialmente (a partir de um estudo e uma análise profunda de ambos), o compromisso de vida que a parceria veio viver, passam a potencializar a relação aproveitando melhor os aprendizados que se apresentam no dia-a-dia, além de obterem melhor clareza e compreensão dos acordos, intenções e objetivos que se estabelecem na parceria.

Focar em propostas como essa, é facilitar o processo que a ciência dos relacionamentos chama de conexão emocional entre ambos. Elas facilitarão você e seu parceiro a se conhecerem melhor e consequentemente se sentirem bem consigo mesmos, seguros no relacionamento, ficando a relação ancorada nos reais propósitos pelos quais decidiram por compartilhar a vida em parceria.

Helen Fisher, antropóloga bióloga do Kinsey Institute, da Universidade de Indiana, descobriu a partir de tomografias, que três comportamentos expressos em componentes neuroquímicos estão presentes em pessoas que se consideram muito satisfeitas com seu relacionamento: a prática da empatia, o controle dos próprios sentimentos e a manutenção de uma visão positiva do parceiro. Nesse sentido, nos relacionamentos evolutivos, cada cônjuge mantem empatia e procura entender a perspectiva do outro, ao invés de insistir em permanecer na sua certeza.

Diante desses fatos reforçamos a importância fundamental de cada parceiro fazer a gestão de suas emoções, monitorando os níveis de estresse e cultivando um canteiro fértil para o florescimento dessa relação. Lembrando que o conflito faz parte do contexto na construção da harmonia. Permanecer no conflito ou no “deixa estar”, não é o caminho para evolução.

Hoje, através da evolução da psicologia positiva e da neurociência temos acesso a diversas ferramentas para realizarmos melhor a gestão emocional. O ser humano é um ser racional mas na hora das decisões, decide emocionalmente. Esse processo é governado pelo nosso cérebro instintivo, reptiliano, onde uma das suas funções é a preservação da espécie. Sendo assim, quando existe uma ameaça externa, (que pode ser uma divergência de opinião, um estimulo negativos  ou as mais extremas agressões e violências psicológicas, verbais ou físicas) gatilhos sinalizadores, alertam o perigo de que a “nossa fronteira” está sendo invadida e será preciso agir: lutar, fugir, desfalecer ou congelar! São reações primitivas e que por sua vez, podem instalar o conflito na relação.

Existem maneiras de manter o domínio frente a esses estímulos externos que não demonstram iminente risco de morte. Entre o estímulo externo e a reação interna existe a escolha. Porém, nosso “réptil” bem treinado, agirá rapidamente de acordo com as informações primárias armazenadas e bem treinadas. Quando expandimos esse tempo, entre ação e reação, aumentamos a nossa chance de escolhermos de forma mais racional – usando nossa inteligência e vontade – para então decidir com menos impulsividade, sobre qual será a forma mais coerente de agir.

(Nos casos mais extremos de  desequilíbrio emocional, o apoio dever ser buscado nos profissionais da psicologia. Em outros casos mais superficiais, uma ótima opção poderá ser a busca de um assessoramento pessoal através de um profissional competente que possa auxiliar na transformação desses estados emocionais, que envolvem os parceiros).

Uma dica de Helen Fischer para começar gerir hoje mesmo suas emoções: “se você não consegue se segurar sozinho quando a raiva aparece, desvie-se dela:  vá para academia, dê uma volta com o cachorro ou leia um bom livro. Faça qualquer coisa que tire você de um caminho destrutivo”.

Precisamos ter clareza de que a qualidade dos nossos relacionamentos determina muito a nossa qualidade de vida. Helen afirma que “bons relacionamentos não são apenas mais felizes e bonitos. Quando sabemos como curar nossas relações e mantê-las saudáveis, elas nos fazem mais resilientes. Todos esses clichês sobre como o amor nos torna mais forte, não são só clichés: isso é fisiológico. A conexão com as pessoas que nos amam e nos valorizam é a nossa importante rede de segurança na teia da vida”.

Boas reflexões e aprendizados!

(leia mais sobre pilares das parcerias de sucesso: http://jaimesalvon.com.br/site/index.php/2015/05/17/bases-das-parcerias-de-sucesso/)