Autoconhecimento
“Temos um medo crônico de abandonar a antiga
Visão, que nos tem oferecido previsibilidade e consistência.” John Powel
Albert Ellis, psicólogo americano e autor de mais de 50 livros, aos 19 anos era um jovem tímido que decidiu fazer algo para vencer sua timidez; ele elaborou um exercício: sentava-se num banco de um parque e se obrigava a falar com todas as mulheres que se aproximassem. Em um mês conseguiu o feito de dirigir a palavra a 130 mulheres. Há alguns anos declarou ao jornal The New York Time: Trinta se salvaram, mas falei com as outras cem. Nenhuma vomitou nem chamou a polícia.
Nesse breve espaço quero discorrer e sugerir que cada um faça uma auto-verificação, sobre uma lista de onze paradigmas, (padrões, formas de ver a realidade / o mundo), que Albert Ellis constatou, que podem estar instaurados, sobretudo nas pessoas inquietas, perturbadas ou agitadas emocional e psicologicamente.
As sete primeiras aparecem com mais intensidade no desenvolvimento da ansiedade (receio, ânsia desespero, impaciência). As quatro últimas tendem a produzir comportamento hostil (antipatia, ódio, agressividade, inimizade, oposição, provocação etc.).
Estão um pouco mudadas a ordem e os termos usados por Ellis. Porém, as palavras são praticamente as mesmas, e cada ideia, forma-pensamento, tem a mesma essência das ideias de Ellis. Depois de cada uma das falsas visões, segue um breve comentário sobre a distorção encontrada em cada uma delas e sobre a perspectiva mais racional do mesmo assunto. Faça também as tuas reflexões.
Segue a primeira ideia:
1) “Preciso ser inteiramente competente, adequado e bem sucedido em tudo que faço para poder me considerar uma pessoa de valor”.
Essa distorção implica outro objetivo impossível de ser atingido. Leva-me apenas a um esforço permanente, a uma atividade fervilhante, a um medo constante de fracasso e a um complexo de inferioridade inevitável. Essa tendência de auto exigência, introjetada já na tenra idade, torna-me inseguro, querendo manter o controle sobre tudo e todos. Essa luta e essa necessidade compulsiva resultam, em geral, em doenças psicossomáticas e num sentimento de ter perdido o controle racional sobre a própria vida; provoca apenas rivalidade e competição, pois parte do princípio de que algo vai faltar ou seja governado por um padrão de escassez constante. As pessoas com uma orientação mais equilibrada (razão e emoção) querem se sair bem por elas própria e por satisfação, e não para serem melhores do que os outros. Também querem desfrutar aquilo que assumem; são levadas muito mais por um desejo de interesse interno do que pela obsessão do sucesso.
Reflita sobre isso…