Nossos Valores e Nossas Escolhas

Nossos valores determinam nossos comportamentos e atitudes!

“É preciso fecundar nossa primavera. Tal qual borboletas precisamos polinizar nossa existência com os valores que nos movem. Estar afinados com o que tem real importância, ser guiados por valores, transcender o automatismo e fazer escolhas que vão nos levar para outra dimensão dentro da mesma experiência da vida. Dulce Magalhães

Todos os nossos comportamentos visam atender a nossos valores. Àquilo que você atribui importância pode ser considerado valor. Pergunte: O que você preza em sua vida? Quais as coisas que você dá mais valor? Quais os valores que movem você?

Podemos classificar esses valores em duas escalas: 1) horizontal (temporal) – por exemplo, família, cônjuge, trabalho, dinheiro, amigos, bens, posses, religião, lazer – que pode acionar ou ser meio para acessar a 2) vertical (atemporal) – como amor, segurança, felicidade, paz, liberdade, equidade, compaixão, respeito, humildade, justiça, ética, tolerância, realização, dignidade.

O que o seu trabalho lhe proporciona? Realização, prazer, segurança?

E o dinheiro? Segurança, liberdade, senso de justiça, dignidade?

O que sua família lhe dá? Amor, alegria, proteção?

Certos valores horizontais, se colocados no centro da nossa existência, passarão a governar nossas atitudes e nossos comportamentos sem muitas vezes proporcionarem a realização daquilo que realmente desejamos conquistar e que possui um valor ‘eterno’, gerando estados emocionais desejáveis.

Os valores horizontais estão estreitamente relacionados à personalidade de cada indivíduo, ou seja, a forma como cada um se expressa e se apresenta no mundo.

A maioria das pessoas recebeu uma educação focada na busca pela estabilidade, em valores voltados para o alto desempenho profissional, a fim de realizarem tarefas que gerem condições adequadas para se enquadrarem em um mundo que estimula o consumo e o acúmulo como forma de sucesso.            Alguém não comprometido com esses valores será rotulado como fora do normal, ineficiente para o modelo vigente.

Muitos estão tão envolvidos e concentrados nesses valores, transitórios, como adquirir um imóvel na montanha e/ou na praia, que nem têm tempo, ou vida, para aproveitá-los.

O que realmente buscamos são os valores verticais que, numa linha de tempo, permanecerão, enquanto os horizontais se transformarão conforme vivemos.

Em um processo de coaching é fundamental identificarmos os valores que movem nosso coachee para, então, facilitarmos a metamorfose que se engendra nele mesmo; quais os reais motivos que podem conduzi-lo de onde ele se encontra até o ponto em que deseja chegar.

Muitas vezes é necessário fazer uma revisão dos valores para fecundar uma nova forma de ver a vida. Questionar qual o legado que deixará para as próximas gerações e quais os valores que compõem essa herança futura: justiça, igualdade, fraternidade e respeito nas relações entre os seres.

É importante construir esse espaço para que o outro possa perceber que o instante presente, às vezes, esconde tesouros eternos, que possuem um valor infinitamente maior do que os bens perecíveis que podem durar um século.

Segundo Dulce Magalhães, a vida é o que fazemos dela, não o que deixamos para o futuro.

O que fazemos de nossa vida tem muito a ver com o fato de como fazemos as nossas escolhas. Qual é a melhor escolha? Escolhemos com base no que é melhor para nós ou nas expectativas dos outros? Quais as bases de nossas decisões? O meio, a cultura e a comunidade, muitas vezes, indicam o que é melhor para nós. Quantas vezes escolhemos ouvindo a voz profunda da nossa alma, que quer se expressar no mundo, que clama em nosso coração? Esse impulso, às vezes em forma de desejo, é a capacidade querendo se expressar por meio dos nossos talentos.

É necessário auxiliar aquele que estamos acompanhando a acessar esse impulso interno para ir além dos estímulos externos. Seus desejos mais secretos, suas aspirações mais inocentes. Levá-lo a se deparar com o propósito que realmente pode desencadear o processo de realização e ocasionar um novo modo de ser, viver e conviver.

Alguns momentos simples na vida de alguém podem ter sido tão gratificantes que o fizeram experimentar uma sensação de completude e conexão com a eternidade.

Reconhecer os sentimentos de uma pessoa pode facilitar a identificação dos valores que estão encobertos.

Peça para relacionar seus sentimentos mais importantes.

Explore cada sentimento! Identifique em quais situações e comportamentos há esses sentimentos.

Por que esses sentimentos são importantes?

Para auxiliar seu coachee a identificar melhor seus valores, peça que pense em seus propósitos e objetivos de vida.

  • Por que este objetivo é importante?
  • O que sua realização trará?
  • Pense nas coisas que são importantes para você. O que estas coisas lhe proporcionam?
  • O que isto lhe proporcionará?
  • O que é mais importante para você na sua vida? Qual o sentimento que isto lhe traz?
  • Por que isto é importante para você?

Como nossos comportamentos visam atender a nossos valores, pergunte:

  • Você pode se lembrar de um comportamento indesejável?
  • Se apenas este comportamento lhe trouxesse algum benefício, qual seria?
  • O que este comportamento lhe proporciona?

Precisamos facilitar esse processo e estar atentos, pois cada indivíduo possui seus sentimentos e, com eles, seus valores.

A congruência dos seus objetivos é fundamental, ou seja, o que está buscando não afetará negativamente outros que fazem parte do seu sistema e representam valores importantes.

Considerar a lei universal de que ‘colhemos aquilo que plantamos’ como uma regra válida de conduta ética pode ser bastante relevante. Como Dulce nos dizia: “… semear pode ser uma opção individual, mas a colheita é obrigatória”.

Ao escolhermos uma regra de conduta para guiar-nos em direção aos nossos propósitos e em nossos relacionamentos, seremos leais e justos se soubermos que estaremos pondo em movimento nossos valores e um poder que percorrerá o seu curso (para o bem ou mal) na sua própria vida e na vida dos demais, retornando, finalmente, para nos ajudar ou prejudicar, segundo a sua natureza.

As pessoas que vivem a vida são aquelas que estão usando todas as suas faculdades, todos os seus poderes, talentos e considerando seus valores. E o fazem de maneira integral. Estão funcionando plenamente tanto com seus valores horizontais quanto verticais. Sentem-se confortáveis e abertas à experiência total e à expressão de todas as emoções humanas. Essas pessoas vibram cheias de vida, em sua mente E em seu coração.

Extrair o valor das pequenas experiências é o que fazem os seres humanos plenos, tanto nos seus sentidos externos quanto internos. Eles vêem a beleza do mundo. Escutam a música e absorvem a sua poesia. Aspiram a fragrância de cada novo dia e experimentam a delícia de cada momento. Estar vivo em plenitude significa estar aberto a toda experiência humana.

Uma pessoa assim está viva em suas emoções, cultiva e poliniza um senso de humor. Cada manhã se torna uma nova oportunidade, esperada alegremente, livre de automatismos. Assim como a lagarta e a borboleta, há uma razão para viver e uma razão para morrer. Quando chegar a sua hora de partir, seu coração estará cheio de gratidão por tudo o que experimentou, pela pessoa que foi, pelos seus comportamentos que atenderam aos seus valores e pela experiência bela e plena que viveu.

Um sorriso há que se espalhar por todo o seu ser enquanto revir sua vida. Seu voo será leve e sereno, e o mundo será sempre um lugar melhor, mais feliz e mais humano porque viveu, se alegrou e amou aqui e sempre!